Por Geraldo Lima
Queria viver um amor de novela, profundo, intenso, mas não deu. O amante era raso, avesso a fantasias.
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Disse que não, que gritaria, mas depois gemeu, chamando-o de meu amor.
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Já estava deitado quando ela chegou, tarde, esbarrando nos móveis e tateando no escuro em busca do banheiro.
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Arrastou-se até sair da lama. Ia morrer, mas com dignidade.
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O amor finou-se numa manhã de inverno. Seca, fria, ela negou-lhe um beijo.
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Depois do quinto copo, esqueceu os sermões do pastor: subiu na mesa e dançou como uma stripper.
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A fumaça do incenso forma galáxias no centro da sala. É o fim, ele sabe. Ana cruza esse universo e evapora-se sem dizer adeus.
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Desde a infância carregava aquele corpo inexpressivo, carente de carne e força. Doenças e vagar a ermo alimentavam-se do seu ser.
Esses nanocontos foram publicados, originalmente, no Twitter. Alguns foram publicados no Facebook, no site O BULE e no Jornal Opção.
Geraldo, frases redondas, tese/antítese e síntese - perfeito!
ResponderExcluirbjs
Obrigado, Cyntia, pelo comentário. Valeu mesmo.
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