Por
Geraldo Lima
Deus pariu um universo medonho
àquela hora da noite. Ao redor, a vegetação semicerrada criando um obstáculo
natural e sinistro. Moitas amoitavam-se grávidas de um perigo mortal. Ilhas de
escuridão gestavam fantasmas absurdos: mãos esquálidas estendiam-se para me
agarrar e me jogar num abismo de onde eu nunca mais sairia.
Meu corpo estava gelado. O medo
trincava meus ossos. O cricrilar dum
grilo, o voo dum morcego, o piar dum pássaro noturno, tudo crescia em horror e pânico.
Mas eu tinha que avançar, cruzar aquele trecho de purgação e mistério, até me
reencontrar outro numa clareira qualquer.
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