domingo, 23 de agosto de 2009

Lâmina





Geraldo Lima

Um relâmpago iluminou a faca antes que lhe mordesse a carne, ávida, cega de ódio. Um baque seco na terra úmida, seguido de um ronco, parecido com o de um porco, foi tudo o que ouvimos.
A noite agonizou uma eternidade.

2 comentários:

  1. Hummm!!!! Não sei porque o seu texto me lembrou "A jangada de Pedra" do José Saramago. Conhece?
    E isso aí
    A vida é mesmo assim:
    A faca que corta...
    A carne viva que odeia.
    O baque que se reporta...
    O brilho que nos enleia...
    As noites tanto quanto os dias
    De muita agonia...
    Uma eternidade!!
    Adorei o seu texto, muita sensibilidade.
    Inté...

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  2. Rosamélia, obrigado pelo comentário poético. Foi muito bom vê-la como seguidora do blog. Conheço sim esse livro do Saramago, mas não escrevi o miniconto pensando nele. Será a tal memória do gênero de que nos fala Bakhtin?

    Um abração.

    Geraldo Lima

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