domingo, 27 de setembro de 2015

Duas históricas - do real à ficção

Por Geraldo Lima

Loucura


Todo mundo já deve ter ouvido a expressão "louco de jogar pedra", ou: "Fulano é louco de jogar pedra". Eu nunca tinha visto alguém assim, que ilustrasse literalmente o sentido dessa expressão. Hoje eu vi. E é uma imagem triste e insana de se ver. Uma mulher, louca, como se pode perceber, andando na calçada e arremessando, vez ou outra, pedras nos carros. Pedras enormes, capazes de provocar estragos imensuráveis. Ela simplesmente abaixava, apanhava uma pedra e a arremessava. Às vezes, com pontaria certeira. Definitivamente, coisa mais perigosa é a loucura iconoclasta com um arsenal de pedras ao alcance das mãos.



Inimigos


Entraram na cabeça dela e bagunçaram geral. Misturaram espaço e tempo, subverteram sua linguagem, minaram os pilares da razão. Ela luta contra eles dia e noite, ruidosa, sem pudor e limites. No ermo, tenta expulsá-los com palavrões e socos no ar. Energia gasta à toa, é o que nos parece, pois são milhares e intangíveis. Assim, sozinha e desarmada, com estratégia que se repete infindável, a guerra que ela trava pode ser inócua e perdida.