sábado, 9 de outubro de 2010

PORCELANA




Por Geraldo Lima
        
Algo se partira. Baque seco na cerâmica. O vaso de flores? O cinzeiro em forma de pássaro?         
Ásperas palavras.  Farpas. A voz: o avesso da doçura de dias atrás. Ontem mesmo não se beijavam na sala?
Som estridente de tapa. Em seguida, a voz da mãe misturando ao choroo veneno das palavras. Um estrondo em seguida: porta fechada com força e fúria. Passos — acompanhou-os até sumirem no oco do ouvido. O pai...
No outro cômodo, o silêncio. A mãe doía por dentro.

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