terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

Odisseu


Por Geraldo Lima

Estou prestes a adentrar uma região vasta, assustadoramente vasta. Mundo ermo, movediço, imprevisível. A partir daquele ponto ali, onde a luz cega e alucina, meu ser vagará à deriva, entregue aos caprichos da sedução.

Posso, nesse caso, fechar os olhos e tapar os ouvidos, blindando-me contra  o fascínio da beleza e a magia da voz. Poderia, inclusive, fazer meia-volta e retornar daqui, onde sinto ainda a terra, firme e segura, sob meus pés. Poderia. Mas uma força extrema me arrasta para fora de mim. Ah, um deus furioso deve ter me atirado nessa aventura insana, pois nunca alimentei em mim tanto desvario.

Ouço o canto da sereia e avanço despido de razão e prudência.

6 comentários:

  1. É o melhor jeito de seguir!
    Amei o texto.
    bjs

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  2. O drama da existência em uma intertextualidade de altíssimo nível.

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  3. Sua prosa poética e filsófica me agrada. Passeios por seu blog são bem agradáveis!
    Um abraço
    Maria J Fortuna

    http://arteseartesmjfortuna.blogspot.com.br/

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  4. Obrigado, Chyntia, pela leitura e pelo comentário. Um abraço!

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  5. Obrigado, Maria! Feliz por tê-la como leitora. Um abraço!

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