domingo, 6 de maio de 2012

Julgamento da luz


Por Aimé Césaire

Fascinando o sangue os músculos
Devorando os olhos esta balbúrdia
carregando de verdade  os clarões rotineiros
um jato d’água de vitorioso sol
pelo qual
justiça será feita
e toda   arrogância demitida

as louças os corpos deslizam na espessura do
pescoço das ondas
o silêncio pelo contrário adquiriu uma pressão formidável

sobre um semicírculo
no movimento público das praias
a chama
está só e esplêndida no seu julgamento íntegro
 

Tradução: Geraldo Lima
(Do livro Cadastre suivi de Moi, Luminaire..., Éditions du Seuil)

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